quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Uma Crônica Breve

Rotina e Acomodação: Causas, Consequências e Alternativas

Acordo à mesma hora. Levanto do mesmo lado da cama e calço as sandálias, na mesma ordem. Ainda com a visão nublada, começo a recobrar a programação que me aguarda. Nada muito diferente de ontem. Nada tão diferente do ano passado. Assim mesmo, a expectativa das próximas horas retoma uma ponta de descontentamento. Se a semana acaba de começar, penso "mais um dia", mas se o fim de semana se aproxima, pondero "menos um dia".

Se alguém puxa um assunto que me obrigue a pensar, me falta paciência para prestar atenção. Já penso demais no trabalho, aliás não sou reconhecido por isso. Quando vem à cabeça uma boa idéia; uma alternativa para abrir um negócio e trabalhar com aquilo que sempre quis, o coração, na hora, acelera: Bem que poderia dar certo! Mas logo passa. Não tenho o capital para investir, nem tempo pra pensar nisso, não posso arriscar, vai que não dê certo.

Preciso mesmo é de um bom emprego. Preciso de um emprego com estabilidade, um cargo público, com 14º salário e plano de carreira e premiações.  Assim é que deve ser.  É o que todo mundo deseja. Alías, quanta competição! Todos perseguindo os mesmo prêmios. Melhor não sonhar. Boa mesmo é essa vida que a gente pode levar. Pra ficar um pouco melhor, só falta trocar esse carro, alcançar a estabilidade e ter mais tempo pra mim.

É assim que se cai na rotina...

A frustração por não ter alcançado as realizações sugeridas por nosso tempo, provoca diferentes reações no indivíduo, alguns aderem a correria e sofrem de ansiedade, outros se põe na defesa e preferem a acomodação, através dos impositivos da rotina. É o tempo do Homer Simpson e do Al Bundy, vendedor de sapatos do seriado "Married... with Children" (Um Amor de Família - no Brasil). É figura do "perdedor" que abandona qualquer perspectiva de melhoria e chega a fingir que gosta da rotina.

Com medo de fracassar, estabelece poucos e corriqueiros objetivos. Por consequência, perde o entusiasmo e a vontade de viver. Para extravasar a tensão, faz uso dos mesmos meios: experiências extravagantes, bebida, internet, TV e sexo, etc. A neurose que desenvolve nos rituais e os excessos que comete como válvula de escape acabam por desenvolver doenças na mente e no corpo, das enfermidades físicas às morais.

A possibilidade de deixar para trás a rotina é lançar-se a novos ideais de amadurecimento das emoções e sensações. Voltar o olhar para os outros, suas necessidades e as batalhas permite que o homem extrapole as barreiras do seu mundinho. Quando procura e aproveita as oportunidades de ser útil, descobre motivos de sobra para preservar a vida, pois nota o valor de seu trabalho e de si próprio. Com vontade de viver, melhora os seus hábitos e sua paisagem mental. É assim que se descobre o quanto é reconfortante a convivência pacífica e, rebaixam-se os valores materiais ao plano secundário. Para que sirvam ao homem em vez de submetê-lo.

A criatura humana precisa estar acima das exigências do instinto e das pequenas realizações oferecidas pelo mercado. Só assim pode viver de maneira saudável, levando em conta as necessidades e potenciais do ser integral.

Um comentário:

  1. Olá Dylan! Vi no Twitter que está precisando de um fotojornalista. Podíamos ir nos falando... estou buscando uma vaga efeitva em redação ou assessria de imprensa na qual já atuo já uma no e meio no total dos meus estágios. Meu email é natalia.a.miranda@gmail.com. Te mando meu currículo. Trabalho na Tijuca atualmente, então é fácil que marquemos uma entrevista.
    Grata.
    @natalia_miranda

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