quinta-feira, 14 de maio de 2009

Um ponto de partida para os nossos problemas; ou Do egoísmo a caridade

Estas primeiras linhas cumprem a tentativa de contribuir para a formação de um contexto filosófico, antes de lançar mão dos contextos sociais examinados por ele. Expresso e sem muitos cuidados, no molde das produções aceleradas de nosso tempo. Assim vai:

Muitas das sensações as quais chamamos maravilhosas surgem de um gesto simples, recorrente, mas não tão corriqueiro: olhar para o outro. A arte em expressões variadas deixa um legado cada vez maior de imagens, canções e poesias - sem citar todas as possibilidades artísticas - que resultaram desta simples iniciativa de reconhecer no outro motivos de alegria e contemplação. Mas o que parece ser tão natural, se contrapõe com uma chaga que concentra a origem de um amplo repertório de vícios e misérias humanas. O egoísmo, derivação de um orgulho obscuro e tirano, pode ser colocado no centro de tantos problemas de ordem moral, social e econômica.

Mesmo que partamos de uma necessidade de sobrevivência e conservação, pura e simples, teremos de admitir em algum momento que as ações que obedecem a este propósito têm o próprio agente no centro da questão. Algo feito por ele, para ele. Uma vez que as necessidades básicas deixam de ser um problema, a satisfação pessoal imediata é o motor de muitas das ações da humanidade na Terra.

Saídos do barro (matéria) e constituídos de barro (matéria) buscam recursos materiais que possam satisfazer estes desejos. Aliás, a busca por algo que, supostamente, se precisa é tão constante que torna cada vez mais tênue a linha entre a necessidade e o desejo. Estes últimos são cada vez mais numerosos e, aparentemente, alcançáveis pelo esforço. Se não puder alcançar tal objetivo, procure um do tamanho do teu bolso.

A partir daí, não é difícil imaginar uma vida pautada por objetivos imediatos e consumistas. Dirigida pela criação de sensações que são produzidas por fatos ou valores simbólicos atrelados a eventos e produtos. Isto porque, hoje, não é só o que o indivíduo tem que parece representá-lo, o que ele faz tem um valor, aparentemente calculado pela efemeridade do evento. Não é por acaso que a fotografia digital e o compartilhamento de imagens ganham cada vez mais espaço na internet. Fazer, não parece tão importante quanto mostrar o que fez. Um exemplo claro e comum é o registro de imagem em vídeos por parte do espectador de um show, que só vai assistí-lo, de fato, através da gravação. Assim como fazem alguns dos atletas, que em plena Olimpíada, quando da abertura dos jogos, registram pelas lentes artificiais, o momento que as lentes oculares nunca mais poderão ver, sem mediação.

Um dos problemas desse quadro é que as sensações são consumidas, mas insaciáveis, ao contrário das necessidades que têm fim, ao menos momentâneo. Não é preciso destrinchar detalhadamente o discurso publicitário para desencadear de maneira lógica a relação de causa e efeito desse cenário. Se a satisfação pessoal está no centro de cada atenção, a busca se torna individual e fica cada vez mais distante o olhar para o outro. O próprio sistema social capitalista encontra nesta corrida - na qual parece vencer os mais espertos - a força de que precisa para sua sustentação. Assim, são raras as atitudes éticas quando a sentença básica é o interesse próprio. De modo que, se possível fosse notificar a todos, conseguiríamos mapear a origem, trajeto e desdobramento de cada disputa e surgimento de desigualdades. Estas, perceptivelmente criadas por uma ação antiética legitimada (e não legítima), que dão origem a outras ações antiéticas não legitimadas, como o crime. Uma conseqüência talvez pior que os conflitos é a estagnação de idéias e reflexões úteis ao crescimento humano, uma vez que se distanciam as questões importantes, em detrimento do consumo de bens materiais e de sensações cada vez mais efêmeras.Num cenário como esse, o altruísmo sozinho não reúne o que é necessário para uma mudança. Olhar para o outro é um passo, aceitá-lo, um passo bem maior, agir em consideração e em benefício do outro é mais do que um passo, será o salto da humanidade para um mundo melhor.

4 comentários:

  1. Um dia aprendo a postar direito e a corrigir os erros encontrados depois de postar!

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  2. queria aprender a escrever assim..rsrs mas tudo bem..me contento so em te amor mttttt rsrs
    sou sua faaaaaaaaaa

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  3. Os erros que cometemos é a mais preciosa ferramenta que vem configurar exatamente aquilo que Deus criou no homem: A constante busca pela vontade de acertar, afinal, somos todos seres humanos. Então, por que não nos darmos chances constantes da aceitação dessa beleza que é olhar o erro como o futuro acerto? Nunca senti um gosto tão incrível quando depois do erro, o acerto enfim. Penso que quando isso acontece mais um pouquinho estamos perto de Deus.

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  4. Maneiro o blog!!! tu escreve bem cara, tem futuro! e muito boa a proposta do seu blog, muito melhor que essas pessoas que ficam fazendo blog pra falar de si mesmos... tipo eu. isso é falta de criatividade... suahsuahsuhasu. valeu!

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